segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Papel de Parede


Mensagem Especial IV























Nunca houve um santo sobre a face da terra que não tenha visto a si mesmo como um vil pecador; de modo que se você não sente que é um vil pecador, não é parecido com os santos.

domingo, 14 de novembro de 2010

Comparação entre o catolicismo e o protestantismo no século XVI


Anglicanismo

Livro Sagrado: A Bíblia é a fonte principal de fé. Devia ser interpretada pela Igreja (tradição) e permitia-se seu livre exame (razão).

Salvação humana: Salvação pela fé e graça de Deus (predestinação). As boas obras eram vistas como conseqüência da salvação.

Sacramentos: Para os anglicanos o batismo (adulto e infantil) e a Eucaristia foram os dois sacramentos instituídos por Jesus Cristo. Os demais ritos sacramentais da Igreja também são aceitos, apesar de não terem sido instituídos por Cristo, mas são reconhecidos por serem, em parte, estados de vida aprovados nas Escrituras: a confirmação, penitência, ordens, matrimônio e a unção dos enfermos.

Rito religioso: Culto conservando a forma católica (liturgia, hierarquia da Igreja). Uso da língua nacional (inglês).

Principais áreas de influência européia: Inglaterra.

Comparação entre o catolicismo e o protestantismo no século XVI


Calvinismo

Livro Sagrado: A Bíblia é a única fonte de fé. Permitia-se seu livre exame.

Salvação humana: Salvação pela fé e graça de Deus (predestinação). As boas obras eram vistas como conseqüência da salvação.

Sacramentos: São dois: batismo (adulto e infantil) e Eucaristia.

Rito religioso: Culto bem simples (com liturgia) com o uso das línguas nacionais.

Principais áreas de influência européia: Suíça, Países Baixos, parte da França (huguenotes), Inglaterra (puritanos), Escócia (presbiterianos).

Comparação entre o catolicismo e o protestantismo no século XVI


Luteranismo

Livro Sagrado: A Bíblia é a única fonte de fé. Permitia-se seu livre exame.

Salvação humana: Salvação pela fé em Deus.

Sacramentos: São dois: batismo (adulto e infantil) e eucaristia.

Rito religioso: Culto simples (com liturgia) com o uso das línguas nacionais.

Principais áreas de influência européia: Norte da Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia.

Comparação entre o catolicismo e o protestantismo no século XVI


Catolicismo Romano

Livro Sagrado: A Bíblia é a fonte de fé, mas devia ser interpretada pelos padres da Igreja. A tradição católica também é uma fonte de fé, assim como o Magistério da Igreja.

Salvação Humana: Salvação pela fé com o auxílio das obras.

Sacramentos: São sete: batismo, crisma, Eucaristia, matrimônio, penitência, ordem e unção dos doentes.

Rito Religioso: Missa solene em latim.

Principais áreas de influência européia: Espanha, Portugal, Itália, sul da Alemanha, maioria da França, maioria da Irlanda.





terça-feira, 2 de novembro de 2010

Curiosidade Anglicana
























Os dois principais pensadores da Reforma Inglesa foram o Arcebispo de Cantuária e mártir (queimado vivo por ordem de Maria, a sanguinária ) Thomas Cranmer , compilador do Livro de Oração Comum (LOC) e o teólogo Richard Hooker , autor do clássico “A Lei da Política Eclesiástica” . O Anglicanismo situou-se, desde então, como uma Igreja Católica Reformada nacional, e uma “via média” entre os extremos de Roma e de Genebra. Com a Reforma Protestante, a Igreja na Inglaterra se tornou a Igreja da Inglaterra.

Anglicanismo: Final



A Igreja da Inglaterra, dos séculos XVI ao XIX, foi se expandindo, por todo o mundo com o Império Britânico (o maior da história humana), e que teve o seu apogeu no reinado da rainha Vitória, e, em seguida, pela ação denodada das agências missionárias, dentro e fora do Império Britânico (hoje presente em 164 países). As primeiras Províncias que surgiram, além da Igreja da Inglaterra, foram a Igreja Episcopal da Escócia (onde a Igreja da Escócia, oficial, é Presbiteriana) e a Igreja Protestante Episcopal dos Estados Unidos da América (PCUSA), fruto da independência daquele país, cujos bispos, por sua vez, foram sagrados pelos bispos escoceses. Essas duas novas Províncias, por sua vez, começaram a enviar os seus próprios missionários para o estrangeiro.

O Anglicanismo em relação a Reforma Protestante



• Ruptura com o Sacro-Império e a Igreja de Roma com Henrique VIII, em 1534 (após ele, sua esposa e o Arcebispo de Cantuária terem sido excomungados pelo Papa), em Atos deliberados pelo Parlamento;

• O breve reinado de seu filho Eduardo VI aprofunda o caráter protestante da Igreja da Inglaterra;

• Ele foi sucedido por sua meia-irmã Maria, denominada de “a sanguinária” (por mandar executar 250 Sacerdotes, alem de Arcebispos e Bispos), que re-vincula a Igreja da Inglaterra à Igreja Romana;

• Esta foi sucedida por sua meia-irmã Elizabeth, que rompeu de novo com Roma e apoiou uma reforma moderada;

• Os breves e confusos reinados de Jaime I e Carlos I (que queriam impor o Presbiterianismo hegemônico na Escócia à Inglaterra);

• A ditadura militar presbiteriana do general Oliver Cromwell;

• Foi substituída pelos reinados de Carlos II e Jaime II (que queriam restabelecer o catolicismo romano);

• Por fim, a independência política da Inglaterra e a consolidação da Igreja Anglicana como uma Igreja reformada, autônoma, finalmente – e só então – se deu com a “Revolução Gloriosa” , de 1688, liderados pelo príncipe Guilherme de Orange (protestante holandês) casado com Maria, filha de Jaime II, que implantou o Parlamentarismo, e retorna aos princípios religiosos do período elizabethano.

Anglicanismo: Fase Reformada : A partir do Século XVI



As idéias protestantes tiveram entusiástica acolhida entre professores e estudantes das Universidades de Oxford e Cambridge, e entre parcela considerável do clero, inclusive da hierarquia. Havia um crescente nacionalismo em toda Europa , com o surgimento dos países independentes do Sacro-Império Germânico-Romano, na área temporal, e do Papado, na área espiritual. Havia, também, uma grande insatisfação com o pagamento de impostos ao Imperador e ao Papa, bem como contra o fato de a Igreja de Roma ser detentora de vastas propriedades e privilégios. O mapa religioso da Europa da época foi estabelecido por decisões governamentais (dentro do princípio “A Religião do Rei é a Religião do Reino” ), ou pela força das armas (Guerra dos Cem Anos). A Reforma da Igreja Cristã na Inglaterra, nesse contexto, viria, pois, com Henrique VIII, sem ele, ou contra ele. O Anglicanismo, pois, não foi fundado por aquele rei.

Anglicanismo: Fase Católico-Romana : Século VII ao XVI



No Concílio de Whitby, em 663, após longas negociações, a Igreja Celta aceita se submeter à autoridade papal. Uma segunda Sé Diocesana, no coração do Cristianismo Celta, viria, posteriormente, a ser estabelecida, na cidade de York. Os costumes dos Celtas cristãos foram preservados, a distância geográfica das ilhas e a crescente autoridade dos seus reis concorreram para a manutenção de laços limitados com a Igreja de Roma. Além do mais, já no século XIV, a Inglaterra conheceu o mais importante episódio da Pré-Reforma, liderada pelo professor de Oxford, John Wycliffe , que condenava os desvios romanos, defendia a divulgação da Bíblia, e criava uma ordem leiga de irmãos mendicantes (formada, em sua maioria por estudantes de Oxford, de famílias aristocráticas), os Lolardos, que, disseminando a fé evangélica, foram perseguidos por um século e meio.

Vale considerar que os Cristãos Ortodoxos, acreditando que Roma era Ortodoxa até 1054 quando a mesma se separou do Oriente, que os Cristãos Ortodoxos acreditam que a Igreja Celta foi a ultima a se unir a Roma papista e não mais Ortodoxa.

Anglicanismo: Fase Celta : Século I ao VII.



Com a perseguição aos cristãos da Gália (hoje França) no ano 77, muitos fugiram para as Ilhas Britânicas. Por outro lado, soldados, funcionários civis e comerciantes cristãos romanos estiveram naquela província e comunicaram o Evangelho, que teve ampla acolhida entre os Celtas, particularmente na Irlanda, Escócia, Gales e norte da Inglaterra (angliaterra = terra dos anglos). Há tradições e peças arqueológicas, além do registro da presença de bispos britânicos ao Concílio de Arles, em 314. Floresceu ali, por sete séculos, uma Igreja cristã autônoma, sem vínculos com a Igreja de Roma, centrada nos mosteiros e na autoridade regional dos seus Abades, com os Bispos como missionários, realizando um trabalho apostólico e sacramental. Uma Igreja missionária, que foi responsável pela evangelização da Alemanha e da Escandinávia. Com a saída das tropas romanas, o centro e o sul da Inglaterra foram invadidos por povos não-cristãos, como os jutos, os anglos e os saxões, que erradicaram a Igreja naquelas regiões, preservada, porém, nas demais. O Papa Gregório, o Grande, resolveu, então, enviar Agostinho e 40 monges beneditinos, em 597, para, estabelecendo-se em Cantuária, evangelizar os povos daquelas regiões, e procurar unir a Roma a Igreja Celta, respeitando-se, ao máximo, os seus usos e costumes. Cerca de 10.000 pessoas se converteram na região de Cantuária, e Agostinho foi sagrado Bispo.

A Origem da Igreja na Inglaterra
























Não se sabe exatamente quando o cristianismo se estabeleceu nas Ilhas Britânicas, mas é certo que já existia antes do século III, possivelmente a partir de missionários fugidos das perseguições às quais os primeiros cristãos estavam sujeitos. Os primeiros registros da presença cristã naquela região foram feitos pelo historiador e escritor Tertuliano, no ano de 208 d.C. Mais tarde, no concílio de Arles, realizado em 314 d.C. na França, compareceram três bispos de uma Igreja que existia na Inglaterra sem o conhecimento da Igreja Romana.

A primeira Igreja Cristã organizada nas Ilhas Britânicas é a Igreja Celta. O povo Celta já habitava esta região antes mesmo da invasão anglo-saxônica. Esta Igreja, resistindo ao paganismo destes invasores, conseguiu manter uma Igreja Cristã independente, com organização monástica e tribal, sem nenhuma relação com a Igreja de Roma ou qualquer outra, embora mostrasse alguns hábitos e costumes orientais.

No ano de 595 d.C., o Papa Gregório I, também conhecido como Gregório Magno, o Grande, mandou uma comissão de monges, chefiada pelo monge Agostinho, prior do Convento de Santo André, na Cecília, para converter a Inglaterra ao Catolicismo. Agostinho foi o primeiro arcebispo de Cantuária, figura centralizadora da Comunhão Anglicana, e passou a ser conhecido como Agostinho de Cantuária. Boa parte dos costumes celtas cederam à dominante forma romana e latina do cristianismo ocidental.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os Cinco Pontos da Teologia Calvinista.

Embora o calvinismo não seja resumido somente aos famosos 5 Pontos , creio que uma idéia resumida dos principais pontos quanto à soteriologia (doutrina da salvação) da teologia reformada (calvinista) possa dar uma ajuda aos interessados. Eis aqui, então, um resumo dos famosos cinco pontos do calvinismo dispostos no histórico acróstico.

São eles:

•Depravação Total (Total Depravity)

A depravação total é um dos assim-chamados cinco pontos do calvinismo.[1] Segundo esta doutrina, o homem não regenerado é absolutamente escravo do pecado. Em virtude disto, ele é totalmente incapaz de exercer sua própria vontade livremente para salvar-se. Assim, no que diz respeito à salvação, este homem depende da obra de Deus, que deve vivificá-lo a fim de que este possa crer em Cristo.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Gn 2:17; Gn 6:5; Gn 8:21 / 1Rs 8:46 / Jo 14:4 / Sl 51:5 / Sl 58:3 / Ec 7:20 Is 64:6 / Jr 4:22; Jr 9:5-6; Jr 13:23; Jr 17:9 / Jo 3:3; Jo 3:19; Jo 3:36;Jo 5:42; Jo 8:43,44 / Rm 3:10-11; Rm 5:12; Rm 7:18, 23; Rm 8:7 /1Co 2:14 / 2Co 4:4 / Ef 2:3 / Ef 4:18 / 2Tm 2:25-26 / 2Tm 3:2-4 / Tt 1:15



•Eleição Incondicional (Unconditional Election)

Esta eleição é chamado de "incondicional" pois a sua escolha para salvar alguém não depende de qualquer coisa inerente à pessoa, de qualquer ato que a pessoa realize ou crença que a pessoa exerce. Com efeito, segundo a doutrina da Depravação total (o primeiro dos Cinco pontos do calvinismo), a influência do pecado foi tão grande no indivíduo que ninguém está disposto ou é capaz de vir ou seguir a Deus se Deus primeiro não regenerar o coração dessa pessoa, a fim de dar-lhe a capacidade de amá-lo. Assim, a escolha na eleição é baseada exclusivamente na vontande soberana de Deus e não mediante as ações previstas do homem.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Dt 4:37; Dt 7:7-8 / Pv 16:4 / Mt 11:25; Mt 20:15-16; Mt 22:14 / Mc 4:11-12 Jo 6:37; Jo 6:65; Jo 12:39-40; Jo 15:16 / At 5:31; At 13:48; At 22:14-15/ Rm 2:4; Rm 8:29-30; Rm 9:11-12; Rm 9:22-23; Rm 11:5; Rm 11:8-10 /Ef 1:4-5; Ef 2:9-10 / 1Ts 1:4; 1Ts 5:9 / 2Ts 2:11-12; 2Ts 3:2/ 2Tm 2:10,19/1 Pe 2:8 / 2 Pe 2:12 / Tt 1:1 / 1Jo 4:19 / Jd 1:3-4 / Ap 13:8; Ap 17:17.



•Expiação Limitada (Limited Atonement)

Cristo morreu para salvar pessoas determinadas, que lhe foram dadas pelo Pai desde toda a eternidade.

Portanto, sua morte foi totalmente eficaz, porque todos aqueles pelos quais ele não morreu receberão a justiça de Deus, quando forem lançados no inferno, e todos aqueles pelos quais ele morreu serão salvos.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: 1Sm 3:14 / Is 53:11-12 / Mt 1:21; Mt 20:28; Mt 26:28 / Jo 10:14-15 /Jo 11:50-53; Jo 15:13; Jo 17:6,9,10 / At 20:28 / Rm 5:15 / Ef 5:25 / Tt 3:5 /Hb 9:28 / Ap 5:9



•Graça Irresistível (Irresistible Grace)

A graça divina é irresistível para os crentes, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles.

Portanto, Deus é soberano e pode sobrepujar qualquer resistência humana, mais especificamente a resistência humana à salvação. Pois,o homem nunca teria fé a não ser que a isso fosse coagido.

Segundo a Confissão de Fé de Westminster, Deus salva os crentes "iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça".[1]


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Jr 24:7 / Ez 11:19-20; Ez 36:26-27 / Mt 16:17 / Jo 1:12-13; Jo 5:21; Jo 6:37; Jo 6:44-45 / At 16:14; At 18:27 / 1Co 4:7 / 2Co 5:17 / Gl 1:15 / Rm 8:30 / Ef 1:19-20 / Cl 2:13 / 2Tm 1:9 / 1Pe 2:9; 1Pe 5:10 / Hb 9:15.



•Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints)

Uma vez que Deus é soberano e Sua vontade não pode ser frustrada por seres humanos ou de qualquer outra maneira, aqueles a quem Deus tenha posto em comunhão com Ele continuarão na fé até ao fim. Aqueles que aparentemente caírem estarão em uma das duas hipóteses: ou nunca tiveram a fé verdadeira, ou irão certamente retornar à comunhão com Deus em algum momento adequado.


REFERÊNCIAS BÍBLICAS: Is 54:10 / Jr 32:40 / Mt 18:14 / Jo 6:39; Jo 6:51; Jo 10:27-29 / Rm 5:8-10; Rm 8:28-32, Rm 8:34-39; Rm 11:29 / Gl 2:20 / Ef 4:30 / Fp 1:6 / Cl 2:14 /2Ts 3:3 / 2Tm 2:13,19 / Hb 7:25; Hb 10:14 / 1Pe 1:5 / 1Jo 5:18 / Ap 17:14


Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/calvinismo/tulip-cinco-pontos-

Diferenças entre Lutero e Calvino.


Lutero e Calvino

Já tem algum tempo que estou tentando entender a diferença entre Lutero e João Calvino. Minha conclusão é que as diferenças são mínimas. Olha, eu não sou um profundo conhecedor da biografia desses homens, mas pelo que já li, ainda não vi nenhuma diferença entre Lutero e Calvino; antes sei que Lutero era a favor e pregava sobre temas hoje que nós chamamos de "calvinismo", como: Eleição, Depravação Total, Predestinação... a grande diferença existe entre seus seguidores (existe uma grande diferença entre um calvinista e um luterano).
Basicamente existem três diferenças na teologia de Calvino e Lutero: Sacramentos, Liturgia e Predestinação.

Na parte Sacramental Lutero acreditava que o Espírito de Jesus se fazia presente nos elementos da ceia ocorrendo uma transformação espiritual (consubstanciação). Calvino acreditava em um simbolismo no qual Cristo se fazia presente em nossos corações. A posição dos sacramentos dos luteranos gerou alguns conflitos entre luteranos e reformados no séc XVII e XVIII mas isso é assunto para outros artigos.

A liturgia para Lutero e os luteranos é mais parecida com a ICAR, mais "ritualistas", e mais complexa. Os luteranos dividem de forma muito clara o culto em duas partes: a parte sacrificial e sacramental. Os calvinistas optam por uma liturgia simples, digamos mais "leve".

A predestinação que Calvino acreditava era a dupla, onde Deus predestina alguns para o céu e alguns para o inferno, no qual não existe meio-termo. Lutero acreditava na predestinação única, (ou una) que o homem era eleito (eles chamam de eleição lol) e o que não fosse eleito poderia ser eleito pela fé (embora assumindo que isso seria muito difícil) citam como exemplo o rei Ezequias que pela fé não morreu, e com isso mudou sua predestinação, que era a morte.

No quesito administrativo Lutero defendia o regime episcopal e Calvino o presbiteriano.

Tanto Calvino quanto Lutero tinham como base o retorno a igreja cristã primitiva e seu expoente era Santo Agostinho. Lutero defendia a ideia de reforma e Calvino acreditava que a ICAR estava "podre" demais para ser reformada. Mas a teologia dos dois são 98% parecidas, e tinham um grande respeito um pelo outro (já Lutero não se dava com Zwinglio e Lutero e Calvino eram contra os anabaptistas). Lutero era mais povão, Calvino era mais académico mas os dois são um dos maiores nomes de toda a teologia.

P.S. Calvino jamais defendeu a burguesia como muitos pensam, essa ideia de "calvinismo burguês" surge com os puritanos no séc XVII.

Soli Deo gloria

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Outras apreciações sobre Calvino.

Teria sido impossível a Calvino, dada a sua ener gia, as suas convicções e o ambiente em que vivia es capar à controvérsia. Como polemista era mais argumentativo e menos violento do que Lutero, ainda que, às vezes, perdesse a paciência e fosse violentíssimo no seu modo de atacar os inimigos. Assim como Calvino foi o maior teólogo sistemático e o maior estadista eclesiástico do seu tempo, foi também o maior polemista.

Os conflitos teológicos de Calvino foram com os livres-pensadores, os anabatistas e os socínios. Ainda que dissidente, como Lutero, Calvino, à semelhança do reformador alemão, não tolerava a dissidência, isto é, aqueles que não concordassem com ele.

A controvérsia mais notável foi a que manteve com Miguel Serveto. Serveto era espanhol e um dos homens mais bem educados e eruditos do seu tempo, não me nos convencido quanto às suas idéias religiosas do que Calvino, e ainda mais violento na polêmica. Ele, de 1534 em diante, contrariou sensivelmente a marcha das coisas em Genebra. A propagação das suas idéias anti-trinitarianas e contra o batismo infantil, dirigidas abertamente contra o ensino fundamental de Calvino, exasperou de tal maneira o reformador que este, por fim, consentiu se de fato recomendou, a condenação do oponente.

Foi o zelo fanático com que ele (Serveto) insistiu nos seus dogmas, como sendo exclusivamente cristãos e denunciou os dos seus oponentes como absurdos e destrutivos ao Cristianismo, que o levou a ser considerado um herege petulante e digno das chamas. (16)

Aos 27 de outubro de 1553, recusando-se, obstina damente, retratar-se dos seus ensinos, Serveto foi queimado junto com os seus livros, e isto por ordem de um conselho reformado. "É a página mais negra na história do Protestantismo." (17)

Calvino foi exímio pregador. Durante vinte e cinco anos pregou do púlpito em Genebra, às vezes diariamente, outras, duas vezes por dia, e o eco da sua voz ressoava através de toda a Europa.

Foi, porém, no hábito e na habilidade de escrever cartas em que mais se excedeu aos outros reformadores. Foi, de fato, o epistológrafo por excelência da Reforma. Cerca de quatro mil cartas do seu próprio punho têm chegado até os nossos dias. Algumas destas cartas são praticamente tratados teológicos, outras de caráter íntimo, nas quais ele revela a profundeza da sua alma, a riqueza da sua experiência espiritual e a largura das suas simpatias e amizades. Nas suas car tas repreende os governadores, instrui os legisladores e fortifica e conforta os "santos." Nenhum pastor per plexo, ainda que dos mais humildes, deixava de rece ber dele encorajamento e conforto. Se Calvino não tivesse feito outra coisa na vida senão escrever cartas, ainda assim ocuparia lugar saliente entre os cristãos eminentes e posição de destaque entre os líderes evan gélicos de todos os tempos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

João Calvino – Como ele foi? O que aprendemos dele?

Ele viveu cinqüenta e quatro anos, dez meses, e dezessete dias, e dedicou metade de sua vida ao sagrado ministério. Ele tinha estatura mediana; a aparência sombria e pálida; os olhos eram brilhante até mesmo na morte, expressando a agudez da sua compreensão.
Theodore Beza

Eu poderia feliz e proveitosamente assentar-me e passar o resto de minha vida somente com Calvino.
Carta de Karl Barth ao amigo Eduard Thurneysen, escrita em 8 de junho de 1922.


Calvino, falando das diversas calúnias que levantavam contra ele, partindo, inclusive, de falsos irmãos, diz:

Só porque afirmo e mantenho que o mundo é dirigido e governado pela secreta providência de Deus, uma multidão de homens presunçosos se ergue contra mim alegando que apresento Deus como sendo o autor do pecado. [...] Outros tudo fazem para destruir o eterno propósito divino da predestinação, pelo qual Deus distingue entre os réprobos e os eleitos.

O que nos chama a atenção na aproximação bíblica de Calvino é, primeiramente, o seu amplo e em geral preciso conhecimento dos clássicos da exegese bíblica, os quais cita com abundância, especialmente Crisóstomo, Agostinho e Bernardo de Claraval. Outro aspecto é o domínio de algumas das principais obras dos teólogos protestantes contemporâneos, tais como Melanchton – a quem considerava um homem de “incomparável conhecimento nos mais elevados ramos da literatura, profunda piedade e outros dons [e que por isso] merece ser recordado por todas as épocas".

O Testamento de Calvino.


Quando estava perto da morte, Calvino encarou a situação da mesma maneira que encarava o púlpito, isto é com grande resolução. Encontramos suas últimas palavras em uma forma de testamento:

Em nome de Deus, eu, João Calvino, servo da Palavra de Deus na igreja de Genebra… Agradeço a Deus não só por Ele ter sido misericordioso comigo, pobre criatura sua, e… por ter me tolerado em todos os pecados e fraquezas, mas principalmente por ter feito de mim um participante de sua graça a fim de servi-Lo por meio de meu trabalho… Confesso ter vivido e confesso que morrerei nesta fé que Ele me deu, porquanto não possuo outra esperança ou refúgio além de sua predestinação sobre a qual toda a minha salvação está baseada. Recebo a graça que Ele me ofereceu em nosso Senhor Jesus Cristo e aceito os méritos de seu sofrimento e morte, por meio dos quais todos os meus pecados estão enterrados. Humildemente suplico que Ele me lave e limpe com o sangue de nosso grande Redentor… a fim de que ao aparecer diante dele seja semelhante a Ele. Além do mais, declaro que me esforcei para ensinar sua Palavra de maneira imaculada, e para expor fielmente as Sagradas Escrituras, de acordo com a medida da graça que Ele me deu[1].

Síntese biográfica do reformador João Calvino

Jean Cauvin, mais conhecido por nós como João Calvino, nasceu em Noyon, França, em 10 de Julho de 1509. Aos 14 anos foi estudar em Paris preparando-se para entrar na universidade. Estudou gramática, retórica, lógica, aritmética, geometria, astronomia e música. Em 1523 foi estudar no famoso Colégio Montaigu.

Em 1528, com 19 anos, iniciou seus estudos em Direito e, depois, em Literatura. Em 1532 escreveu seu primeiro livro, um comentário à obra De Clementia de Sêneca. Em 1533, na reabertura da Universidade de Paris, escreveu um discurso atacando a teologia dos escolásticos e foi perseguido. Possivelmente foi neste período 1533-34 que Calvino foi convertido pelo Senhor, por influência de seu primo Robert Olivétan.

Em 1536, a caminho de Estrasburgo, encontrou uma estrada obstruída, o que o fez passar a noite em Genebra. Como sua fama já o precedia, Farel o encontrou e o convenceu a permanecer em Genebra para implantarem a Reforma Protestante naquela cidade. Começou a escrever a obra magna da Reforma – As Institutas da Religião Cristã. Em 1538 foi expulso de Genebra e viajou para Estrasburgo, onde trabalhou como pastor e professor. Casou-se com uma viúva anabatista chamada Idelette de Bure. Em 1541 foi convidado a voltar a Genebra. Em 1559 escreveu a edição final das Institutas e, no decorrer de seus poucos anos de vida, escreveu tratados, centenas de cartas, e comentários sobre quase todos os livros da Bíblia.

Em 27 de Maio de 1564, com 55 anos de idade, foi ao encontro do Senhor. O grande Teológo da Reforma, usado por Deus, influenciou o mundo com seus escritos. Sua piedade e dedicação ao estudo da Palavra são inspiradores.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A Teologia de Lutero













Como monge agostiniano, Lutero dava preferência a certos estudos, dentre os quais se destacam a soberania de Deus, dando uma abordagem mais bíblica às questões religiosas e às doutrinas cristãs. Alguns pontos defendidos por Lutero são:

Nem o papa nem o padre, tem o poder de remover os castigos temporais de um pecador.

A culpa pelo pecado não pode ser anulada por meio de indulgências.

Somente um autêntico arrependimento pode resolver a questão da culpa e do castigo, o que depende única e exclusivamente de Cristo.

Só há um Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo.

Não há autoridade especial no papa.

As decisões dos concílios não são infalíveis.

A Bíblia é a única autoridade de fé e prática para o cristão.

A justificação é somente pela fé.

A soberania de Deus é superior ao livre-arbítrio humano.

Defendia a doutrina da consubstanciação em detrimento da transubstanciação.

Há apenas dois sacramentos : o batismo e a ceia do Senhor.

Opunha-se a veneração dos santos, ao uso de imagens nas Igrejas, às doutrinas da missa e das penitências e ao uso de relíquias.

Contrário ao celibato clerical.

Defendia a separação entre igreja e estado.

Ensinava a total depravação da natureza humana.

Defendia o batismo infantil e a comunhão fechada.

Defendia a educação dos fiéis em escolas paroquianas.

Repudiava a hierarquia eclesiástica.

Os Últimos Anos de Lutero

Em 1524 foram publicados 24 hinos escritos por Lutero, bem como o livro dos Salmos em alemão.



A 13 de junho de 1525 Lutero, tendo 42 anos, casou-se com Catarina von Bora, de 26 anos, ex-freira que, em 1523, com 8 colegas, abandonara o Convento dos Cistercienses e vivia na casa do burgomestre de Wittenberg. Foi oficiante da cerimônia João Bugenhagen, pároco de Wittenberg, sendo testemunhas Justo Jonas, prepósito da igrejado Castelo e Lucas Cranach, burgomestre de Wittenberg. O casamento foi festejado em público no dia 27 de junho, ato ao qual compareceram também os pais de Lutero. Na ocasião, o príncipe-eleitor Frederico, o Sábio, doou aos cônjuges o Convento dos Agostinianos com dependências.



“É algo maravilhoso a aliança e a comunhão entre homem e mulher. Catarina, tens um marido caridoso, que te ama, és rainha. Guarda tal atitude para com teu esposo que este, retornando ao lar, fique alegre ao ver a cumieira da casa.”



Em 1526 nasceu-lhes o primogênito, Hans; depois Elisabeth (1527), Madalena (1529), Martinho (1531), Paulo (1533) e Margarete (1534).



“Pela graça de Deus fui abençoado com um matrimônio extremamente feliz... Meus Deus, o matrimônio não é algo natural ou corporal, mas é uma dádiva divina, proporcionando a vida mais doce, sim, a vida mais casta, melhor que o celibato... Havendo estas três coisas no matrimônio: fé, filhos e sacramento, então é sumamente feliz.



As criancinhas não se preocupam; Deus lhes concede a graça de preferir comer cerejas do que contar dinheiro e dar maior valor a uma boa maçã do que a uma flamante moeda de ouro. Não perguntam pelo preço do cereal, pois confiam em seu coração que terão o que comer. Vivem na fé sem empecilho e nisso são mais eruditas do que nós, tolos; crêem na Palavra da maneira mais ingênua sem discutir ou duvidar.”



O ano de 1527 trouxe a Lutero muito sofrimento em corpo e alma, acompanhado de dúvidas quanto a sua missão. Nesta época compôs o mais conhecido hino da Reforma:



“Deus é castelo forte e bom...

A minha força nada faz...

Se inúmeros demônios vem...

O Verbo eterno vencerá...”




Enquanto em Augsburgo, em 1530, se realizava outra Dieta para julgar a questão evangélica, Lutero, excomungado e proscrito, não pôde lá comparecer. A causa da Reforma foi defendida por seu auxiliar e amigo Filipe Melanchton. Foi ele quem redigiu e entregou na Dieta, a Confissão de Ausgburgo, endossada por Lutero. Ele próprio, enquanto isso, permaneceu no Forte Coburgo, onde escreveu na parede em versículo do Salmo 118, muito estimado por ele:



“Não morrerei; antes viverei, e contarei as obras do Senhor.”




Fato dos mais importantes para a consolidação da Reforma também foi a publicação da Bíblia inteira em língua alemã, em 1534.



“Agora tendes a Bíblia em alemão; agora quero terminar de trabalhar, pois tendes o que deveis ter. Contudo cuidai de usá-la devidamente depois de minha morte. Não a percais, lêde-a com zelo e sob temor de Deus e oração. Pois se ela fica florescendo e é usada corretamente, tudo está bem e se desenvolve de maneira feliz.”




Grande luto envolveu o lar de Lutero em 1542 quando, na idade de 13 anos, faleceu sua filha Leninha.



“Amo-a tanto; mas, querido Deus, se for de tua vontade, de bom grado quero sabê-la junto de ti. Querida esposa pensa só para onde ela vai. Querida Leninha, haverás de ressuscitar e brilhar como uma estrela, sim, como o sol.”



Os últimos três anos de sua vida esavam repletos de trabalho, pressentimentos de morte e cuidados pelo destino do Evangelho e de sua pátria. Em fins de janeiro de 1546 acompanhado por três filhos e seu amigo Justo Jonas, Lutero viajou para Eisleben a fim de conciliar os nobres de Mansfeld num conflito sobre a cidade de Neustadt. Os debates estenderam-se até 17 de fevereiro. Lutero pregava aos domingos, em sua cidade natal, na Igreja de Santo André. Disse em sua última prédica 4 dias antes de morrer sobre Mateus 11.25-30.



“Isto e muito mais haveria de dizer sobre este Evangelho; mas estou por demais debilitado. Que isto baste.”



Martim Lutero faleceu na madrugada de 18 de fevereiro de 1546, em Eisleben. Foi esta sua última oração:



“Meu amado Pai celestial, Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Deus de toda consolação, agradeço-te po me teres revelado teu amado Filho Jesus Cristo, no qual tenho fé, o qual foi por mim pregado e testemunhado, ao qual amei e rendi louvores. Rogo-te, meu Senhor Jesus Cristo, toma sob teus cuidados minha pobre alma. Oh! Pai celestial, se bem que devo deixar este corpo e ser arrebatado desta vida, sei com certeza que eternamente poderei ficar contigo e ninguém poderá arrebatar-me de tuas mãos. Amém.



Perguntou-lhe Justo Jonas: Reverendo pai, quereis perseverar em Jesus Cristo e na doutrina como a pregaste? Lutero respondeu claramente: “Sim”. Adormeceu 15 minutos depois com um profundo suspiro. Trasladado para Wittenberg, Martim Lutero foi sepultado a 22 de fevereiro de 1546 ao lado do púlpito onde tantas vezes pregara, na Igreja do Castelo, em cujas portas havia fixado suas teses, dando início à Reforma.



“Os corpos dos cristãos descansam na sepultura e dormem até que venha Cristo e bata no túmulo dizendo: Acorda, levanta, Martim Lutero, e vem cá pra fora! Haveremos de ressuscitar em um momento, como dum sono suave, e agradável para viver com Cristo, o Senhor, em eterna alegria.”

A Vida e Obra do Reformador Martinho Lutero Parte IV

A 31 de outubro Lutero afixou 95 Teses à porta da Igreja do Castelo em Wittenberg.Eis algumas delas:

1. Quando o nosso Senhor e Mestre jesus Cristo disse: ‘Arrependei-vos!’ ele quis que toda a vida dos crentes fosse um só arrependimento.

27. Pregam futilidades humanas quantos afirmam que, tão logo a moeda tinir na caixa, a alma se eleva do purgatório.

32. Serão eternamente condenados juntamente com seus mestres, aqueles que julgam obter certeza da salvação mediante cartas de indulgência.

36. Todo e qualquer cristão verdadeiramente compungido tem pelno perdão da pena e da culpa, o qual lhe pertence mesmo sem carta de indulgência.

50. Deve-se ensinar os cristãos que, se o Papa tivesse conhecimento das extorsões dos pregadores de indulgência, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

94. Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir seu cabeça, Cristo, através de padecimento, morte e einferno.

95. E assim esperem mais entrar no reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados mediante consolações infundadas.



A 7 de agosto de 1518 o Papa Leão X intimou Lutero em vão a responder processo em Roma dentro de 60 dias. Por fim, foi feito um interrogatório pelo Cardeal Caetano, em Augsburgo, a 12 de outubro de 1518.



“Permaneço firme. Seja feita a vontade do Senhor. Também em Augsburgo, mesmo no meio de seus inimigos, reina Cristo. Viva Cristo, morra Martinho.”

Em 14 de outubro, após infrutíferas discussões com o cardeal, Lutero deixou Augsburgo, antes que o pudessem prender.



“O cardeal não é um pensador lúcido e, por isso, tão impróprio para tratar deste assunto como o asno para tocar harpa. Sobre mim ele disse em Augsburgo:’Este irmão tem osolhos muito para dentro e, por isso, a cabeça cheia de fantasias.’ “

De 4 a 14 de julho de 1519 realizou-se uma disputa teológica entre Martim Lutero e Dr. João Eck, em Leipzig, onde Lutero chegou a declarar:



“Entre os escritos de Huss ( um pré- reformador queimado como herege pela igreja de Roma) há alguns perfeitamente cristãos e evangélicos. – A nenhum crente cristão pode-se impor algo além das Escrituras. – Também um Concílio pode errar.”


Com tais assertivas, tão verdadeiras, Lutero se colocou fora da Igreja do Papa, que condenara João Huss e ensinava serem infalíveis as decisões dos Concílios.



A 3 de outubro de 1520 foi entregue à Universidade em Wittenberg a bula de excomunhão da Igreja se não revogasse seus pontos de vista dentro de 60 dias. Seus livros deveriam ser queimados. Em 10 de dezembro de 1520 Lutero queimou a bula junto à porta de Wittenberg, em público, juntamente com o Direito Canônico e outros documentos romanos.



“Por teres destruído a verdade de Deus, o Senhor hoje destrua a ti nesta fogueira.”



Em 1520 vieram a lume as primeiras importantes obras da Reforma: 1) “Do Cativeiro Babilônico da Igreja”; 2) “Da Liberdade Cristã”; 3) “A Sua Majestade Imperial e à Nobreza Cristã na Alemanha, Sobre a Renovação da Vida Cristã” ; 4) “Sermão sobre as Boas Obras”.



“O cristão é um livre senhor de todas as coisas e não submisso a ninguém – pela fé. O cristão é um servidor de todas as coisas e submisso a todos – pelo amor.



As boas obras não fazem um bom cristão, mas um bom cristão faz boas obras.”



A 6 de março de 1521, Lutero foi intimado a comparecer perante a Dieta Imperial em Worms, sendo-lhe assegurado salvo-conduto.



“Ainda que houvesse em Worms tantos demonios como há telhas sobre as casas, contudo lá entrarei.”




Estando perante a Dieta e o próprio Imperador Carlos V, justificando sua causa, Lutero declarou ao final:



“Não posso nem quero retratar-me a menos que seja convencido de erro à base de palavra bíblica ou por outros argumentos claros da razão; porque não é aconselhável agir contra a consciência. Aqui estou; de outra maneira não posso. Que Deus me ajude! Amém.”




A seguir, Lutero foi proscrito pelo Imperador. Qualquer que o encontrasse no país, poderia matá-lo. Os fiéis cavaleiros do príncipe eleitor da Saxônia, Frederico, o Sábio, simpatizante de Lutero, tramaram um assalto na floresta perto de Eisenach, sendo Lutero levado a salvo parao Wartburgo, a 4 de maio de 1521. Ali, em dezembro do mesmo ano, Lutero iniciou a tradução da Bíblia para o alemão à base dos originais hebraico e grego. Em setembro de 1522 foi publicado o Novo Testamento.



“Deve-se perguntar à mãe no lar, às crianças na rua, ao homem simples na feira e observar-lhes a boca para ver sua linguagem e então traduzir.”

A Vida e Obra do Reformador Martinho Lutero Parte III

Em 1510-1511 Lutero teve a grata oportunidade de realizar uma viagem a roma, incumbido por sua Ordem. Na Cidade Santa ficou completamente desiludido em suas altas expectativas, voltando a Wittenberg profundamente revoltado pela vida duvidosa e os escândalos encontrados no Vaticano.

Ainda como professor de Teologia, Lutero era atormentado por dúvidas quanto à faculdade humana de tornar-se justo perante Deus mediante as boas obras (leia-se o hino “Cristãos, alegres jubilai”). Mas, em 1513, dedicado ao estudo bíblico em sua cela no Convento Negro dos Agostinianos, onde morava, reconheceu de repente o infinito alcance da verdade do Evangelho:



“‘Concluímos pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei’(Romanos 3.28). Agora eu considerava a escritura Sagrada de maenira diferente, e tornei-me alegre, como que renascido, sim, como se tivesse entrado pelos portais abertos do próprio paraíso. “


Por isso, pôde Lutero escrever numa carta, em 1516:



“Estuda o Cristo, a saber, o crucificado. Aprende a lhe cantar louvores, desesperando em ti próprio e dizendo: Tu, Senhor Jesus, és minha justiça, mas eu sou teu pecado. Levste sobre ti o que era meu e deste a mim o que é teu.”


Desenvolvia intensa atividade em Wittenberg.



“Preciso praticamente de dois escreventes e passo grande parte do dia escrevendo cartas. Sou pregador do Convento, sou consultado durante as refeições, querem que eu pregue diariamente na igreja do paço. Sou diretor de estudo, vigário de minha Ordem, isto é, onze vezes prior. Faço preleções sobre Paulo e junto matéria para preleções sobre os Salmos.”

Chegou o ano de 1517. Vejamos como Lutero narra os fatos decisivos que levaram à Reforma:



“Aconteceu no ano quando se escrevia 17, que um monge pregador de nome Tetzel, um grande berrador, carregava por aí as indulgências, gritando, e vendia graça a dinheiro, tão caro ou tão barato quanto podia. Naquele tempo eu era pregador aqui no mosteiro e jovem doutor, imbuído de ardente amor pela Escritura Sagrada. Observando que muita gente de Wittenberg corria atrás das indulgências, comecei a pregar, cautelosamente, que se poderia fazer algo melhor e de maior certeza do que adquirir indulgência. Então escrevi uma carta com teses ao Bispo de Magdeburgo, para que mandasse parar o Tetzel e o impedisse de pregar coisa tão inconveniente para que não resultasse em escâncalo. Mas não tive resposta. Portanto, minhas teses contra os abusos de Tetzel foram postas a público e em apenas 14 dias percorreram a Alemanha toda.”

A Vida e Obra do Reformador Martinho Lutero Parte II

Assim, a 17 de julho de 1505, Martim Lutero ingressou no Convento dos Agostinianos Mendicantes, em Erfurt. Ordem das mais severas.



“É verdade, eu era um monge devoto e cumpri tão rigorosamente minha Ordem que posso dizer: Se é que um monge jamais entrou no céu por obras do monacato, também eu queria ter entrado. Tal fato testemunharão todos meus colegas que me conheceram. Pois, se tivesse continuado, ter-me-ia sacrificado até a morte com vigílias, orações, leituras e outro trabalho.”



Tendo sido ordenado sacerdote a 27 de fevereiro de 1507, Lutero celebrou sua primeira missa a 2 de maio do mesmo ano, aato para o qual seu pai compareceu com um cortejo de 20 convidados, reconciliando-se com o filho.



“Bem quis eu ser monge santo e zeloso, e com grande devoção preparei-me par a primeira missa e a oração. Mas, por mais devoto que eu fosse, me dirigia ao altar com dúvidas, duvidando me afastava, entravado pela ilusão de que não poderíamos orar nem seríamos ouvidos se não fôssemos absolutamente puros e sem pecado, como os santos do céu.”



Lutero teve um bom conselheiro e cura d’almas no vigário geral da Ordem dos Agostinianos, Johann von Staupitz. Foi ele quem indicou Lutero para professor de Filosofia na universidade de Wittenberg, em 1508.



“Se o Dr. Staupitz, ou antes, Deus, por intermédio do Dr. Staupitz, não me tivesse ajudado a sair ileso das tentações, eu me teria afogado nelas e me encontraria no fundo do inferno. “




Na Universidade de Wittenberg, Lutero continuou ao mesmo tempo o estudo da Teologia. Graduou-se Doutor em Teologia a 19 de outubro de 1512 e passou a dar preleções sobre exegese bíblica, quando proferiu o seguinte voto:



“Profiro publicamente um caro voto pela Sagrada Escritura e prometo, para a vida toda, estudá-la e pregar sua mensagem, e defender a fé cristã contra todos os hereges, por discussão e escritos. Que Deus me ajude.”

A Vida e Obra do Reformador Martinho Lutero - Parte I

Martim Lutero nasceu a 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben (Turíngia), sendo o primogênito do casal Hans Luther e Margarete Ziegler Luther. Foi batizado no dia seguinte com o nome do Santo do dia.

No verão de 1484 a família mudou-se para Mansfeld onde, aos poucos, com árduo trabalho, melhorava seu nível de vida. Em 1497, Lutero foi matriculado na escola dum mosteiro em Magdeburgo e, no ano seguinte, continuou seus estudos na escola paroquial São Jorge, em Eisenach, onde viviam vários parentes seus. Custeava seu estudo em grande parte como integrante do coro, que cantava diante das casas da cidade, recebendo gorjetas e alimentos. Teve caridosa acolhida na aristocrática casa da Sra. Ursula Cotta. Em 1501 tornou-se estudante da Faculdade de Direito de Erfurt.


Em 2 de julho de 1505, após convalescer de grave doença, retornando de casa para Erfurt, e estando perto da aldeia de Stotternheim, foi surpreendido por um temporal medonho. Um amigo, ao seu lado, foi morto por um raio. Foi nesta aflição que prometeu:


"Ajuda-me, Santa Ana, e me tornarei monge!" – Mais tarde me arrependi este voto e muitos queriam dissuadir-me. Contudo, perseverei em meu propósito e convidei os dois melhores amigos para a despedida e para que, no dia seguinte, me levassem ao convento. Quando quiseram reter-me, disse-lhes: ‘Hoje me vedes pela última vez’. Então, com lágrimas no rosto, me acompanharam. Também meu pai muito se irou com minha promessa, mas fiquei firme em minha decisão. Nunca cogitei de abandonar o convento. Havia morrido completamente para o mundo.”