quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Como montar uma "igreja" Neo-Pentecostal


Papel de Parede

São Policarpo de Esmirna


Policarpo de Esmirna foi ordenado Bispo de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista. De caráter reto, de elevado saber, amor à Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente.

Com a perseguição aos cristãos, o santo Bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e levado para o governador, que pretendia convencê-lo de ofender a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido dele. Como poderei rejeitar Àquele a quem prestei culto e reconheço como meu Salvador".

Condenado à morte no estádio da cidade, ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso Nome adorável seja glorificado por todos os séculos". São Policarpo viveu o seu nome – poli=muitos, carpo=fruto – muitos frutos”, que foram regados com suor, lágrimas e, no seu martírio no ano de 155, regado também com sangue.

A Carta de Policarpo

Apesar de escrever várias cartas, a única preservada até a data, foi a endereçada aos filipenses no ano 11.Nesta carta, Policarpo enfatiza a fé em Cristo, e o desenvolvimento da mesma através do trabalho para Cristo na vida diária. Também faz alusão à carta do Apóstolo Paulo aos filipenses e usa citações diretas e indiretas do Velho e Novo Testamento, atestando-os como canônicos. Na mesma carta, ele repete muitas informações recebidas dos apóstolos, especialmente de João. Por isto, ele é uma testemunha valiosa da vida e da obra da Igreja primitiva no segundo século.
Policarpo exorta os filipenses a uma vida virtuosa, às boas obras e à firmeza, mesmo ao preço de morte, se necessária, uma vez que tinham sido salvos pela fé em Cristo. As 60 citações do Novo Testamento, das quais 34 são dos escritos de Paulo, evidenciam seu profundo conhecimento da Epístola do Apóstolo aos filipenses e outras do mesmo Testamento. Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava interessado em administração eclesiástica, mas antes em fortalecer a vida diária prática dos cristãos.

O Martírio de Policarpo

O martírio de Policarpo é descrito um ano depois de sua morte, em uma carta enviada pela Igreja de Esmirna à Igreja de Filomélio. Este registro é o mais antigo martirológio cristão existente. Diz a história que o procônsul romano, Antonino Pio, e as autoridades civis tentaram persuadí-lo a abandonar sua fé em sua avançada idade, a fim de alcançar sua liberdade. Ele entretanto, respondeu com autoridade: “Eu tenho servido Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Rei que me salvou? Eu sou um crente”!
No ano 155, em Esmirna, Policarpo é colocado na fogueira. Milagrosamente as chamas não o queimaram. Seus inimigos, então, o apunhalaram até a morte e depois queimaram o seu corpo numa estaca. Depois de tudo terminado, seus discípulos tomaram o restante de seus ossos e o colocaram em uma sepultura apropriada. Segundo a história, os judeus estavam tão ávidos pela morte de Policarpo quanto os pagãos, por causa de sua defesa contra as heresias.

Oração de Policarpo

A história do martírio de Policarpo foi publicada para as igrejas de todos os lugares, dando conta da forma resoluta e humilde com que este notável servo de Deus entregou sua vida. Trancrevo aqui sua oração final, proferida quando estava já atado em meio à lenha para ser queimado: Senhor, Deus Onipotente, Pai de Jesus Cristo, teu filho predileto e abençoado, por cujo ministério te conhecemos; Deus dos anjos e dos poderes; Deus da criação universal e de toda família dos justos que vivem em tua presença; eu te louvo porque me julgaste digno deste dia e desta hora; digno de ser contado entre teus mártires, e de compartilhar do cálice de teu Cristo, para ressuscitar á vida eterna da alma e do corpo na incorruptibilidade do Espírito Santo. Possa eu hoje ser recebido na tua presença como uma oblação preciosa e aceitável, preparada e formada por ti. Tu és fiel às tuas promessas, Deus fiel e verdadeiro. Por esta graça e por todas as coisas eu te louvo, bendigo e glorifico, em nome de Jesus Cristo, eterno e sumo sacerdote, teu filho amado. Por Ele, que está contigo, e o Espiríto Santo, glória te seja agora e nos séculos vindouros. "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos". Amém!"


Outros Pais Apostólicos


St.Inácio
Inácio (35 - 110 d.C.))foi Bispo de Antioquia da Síria, discípulo do apóstolo João, também conheceu São Paulo e foi sucessor de São Pedro na igreja em Antioquia fundada pelo próprio apóstolo. Segundo Eusébio de Cesaréia,Inácio foi o terceiro bispo de Antioquia da Síria e segundo Orígenes teria sido o segundo bispo da cidade. Santo Inácio foi detido pelas autoridades e transportado para Roma, onde foi condenado à morte no Coliseu, e foi martirizado por leões.

Vida
Antioquia, à margem do Orontes, a capital da província romana da Síria, terceira cidade do Império depois de Roma e Alexandria ocupa um importante lugar na história do Cristianismo. Foi aqui que Paulo de Tarso pregou o seu primeiro sermão cristão (numa sinagoga), e foi aqui que os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos.
Foi preso por ordem do imperador Trajano (98 - 117 d.C) e condenado a ser lançado aos leões no Coliseu em Roma, as autoridades romanas esperavam fazer dele um exemplo e, assim, desencorajar o cristianismo, porém sua viagem a Roma ofereceu-lhe a oportunidade de conhecer e ensinar os conceitos cristãos, e no seu percurso, Inácio escreveu seis cartas para as igrejas da região e uma para um colega bispo. Ao falar sobre sua execução, Inácio disse a famosa expressão: "trigo de Cristo, moído nos dentes das feras". E na iminência do martírio prometeu aos cristãos que mesmo depois da morte continuaria a orar por eles junto de Deus:

Meu espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus. Eu ainda estou exposto ao perigo, mas o Pai é fiel, em Jesus Cristo, para atender minha oração e a vossa. Que sejais encontrados nele sem reprovação.

Obras
Santo Inácio escreveu sete cartas, as chamadas Epístolas de Inácio, preservadas no Codex Hierosolymitanus:

Epístola a Policarpo de Esmirna
Epístola aos Efésios
Epístola aos Esmirniotas
Epístola aos Filadélfos
Epístola aos Magnésios
Epístola aos Romanos
Epístola aos Tralianos.

Unidade da Igreja

Santo Inácio enfatiza nas suas cartas para que se preserve a unidade da Igreja de Cristo:
"Convém estardes sempre de acordo com o modo de pensar do vosso Bispo. Por outro lado, já o estais, pois o vosso presbitério, famoso justamente por isto e digno de Deus, sintoniza com o Bispo da mesma forma que as cordas de uma harpa. Com vossos sentimentos unânimes, e na harmonia da caridade, constituís um canto a Jesus Cristo. Mas também cada um deve formar juntamente com os outros, um coro. A concórdia fará com que sejais uníssonos. A unidade vos fará tomar o dom de Deus, e podereis cantar a uma só voz ao Pai por Jesus Cristo. Também ele, então, escutar´vos´á e reconhecerá pelas obras que sois membros do seu Filho. Importante, por conseguinte, vivermos numa irrepreensível unidade. Assim poderemos participar constantemente da união com Deus".

Primazia da Sé de Roma

Os discípulos de Jesus eram chamados de nazarenos vistos como uma seita dentro do judaísmo, posteriormente como vimos acima os discípulos de Jesus então são conhecidos como cristãos, como registrado nos Atos dos Apóstolos. Isso é um fato muito significativo, pois os discípulos de Jesus Cristo não são reduzidos a serem meramente mais uma seita do judaísmo, mas são os discípulos do Messias prometido a humanidade, e, portanto, a obra da salvação atinge sua plenitude em Cristo tornando-se universal, daí dos cristãos serem chamados de católicos, pois pertencem a Igreja (Universal):

"Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica."

"Segui ao Bispo, vós todos, como Jesus Cristo ao Pai. Segui ao presbítero como aos Apóstolos. Respeitai os diáconos como ao preceito de Deus. Ninguém ouse fazer sem o Bispo coisa alguma concernente à Igreja. Como válida só se tenha a Eucaristia celebrada sob a presidência do bispo ou de um delegado seu. A comunidade se reúne onde estiver o Bispo e onde está Jesus Cristo está a Igreja católica. Sem a união do Bispo não é lícito Batizar nem celebrar a Eucaristia; só o que tiver a sua aprovação será do agrado de Deus e assim será firme e seguro o que fizerdes"

Jesus Cristo

Inácio revela-se conhecedor das processões divinas em Deus, ao reconhecer no Cristo a processão intelectiva de Deus: "De fato, Jesus Cristo, nossa vida inseparável, é o pensamento do Pai",o que seria mais tarde explicado à luz da filosofia por São Tomás de Aquino.

É interessante constatar como as comunidades cristãs no século I tinham um conhecimento aprofundado da natureza de Deus, Jesus Cristo é: "gerado e não criado, Deus feito carne". Gerado e não criado (ingênito).
Com este testemunho, Inácio trouxe para a construção do Dogma, pedras sólidas que ajudaram o Concílio de Nicéia (325 d.C.) a fixar no Credo o genitum non factum, isto é, gerado e não criado. Embora Inácio ainda não tivesse esta precisão, Atanásio que colaborou na elaboração do vocábulo, reconheceu a perfeita ortodoxia no texto desta carta.
Inácio reconhecia a autoridade da igreja de Roma sobre as demais igrejas. Para ele, Pedro e Paulo teriam pregado naquela cidade.

Santíssima Trindade

"Procurai manter-vos firmes nos ensinamentos do Senhor e dos apóstolos, para que prospere tudo o que fizerdes na carne e no espírito, na fé e no amor, no Filho, no Pai e no Espírito, no princípio e no fim, unidos ao vosso digníssimo bispo e à preciosa coroa espiritual formada pelos vossos presbíteros e diáconos segundo Deus. Sejam submissos ao bispo e também uns aos outros, assim como Jesus Cristo se submeteu, na carne, ao Pai, e os apóstolos se submeteram a Cristo, ao Pai e ao Espírito, a fim de que haja união, tanto física como espiritual".

Maria no cristianismo

"E permaneceram ocultos ao príncipe desse mundo a virgindade de Maria e seu parto, bem como a morte do Senhor: três mistérios de clamor, realizados no silêncio de Deus"

"A verdade é que o nosso Deus, Jesus, o Ungido, foi concebido de Maria segundo a economia divina; nasceu da estirpe de Daví, mas também do Espírito Santo".

O culto dos cristãos

Os cristãos se vêm confrontados com uma corrente de pensamento chamada docetismo, que vai negar que "o Verbo Se fez carne",ou seja, vão negar que Jesus Cristo tenha assumido a natureza humana. Uma das consequências de tal doutrina é que vão considerar impossível de que no culto que Cristo instituiu na Santa Ceia, e pediu, ordenou que fizesse em Sua memória o Pão seja o Corpo de Cristo e o Vinho seja o Sangue de Cristo:

"Assegurem, portanto, que se observe uma Eucaristia comum; pois há apenas um Corpo de Nosso Senhor, e apenas um cálice de união com Seu Sangue, e apenas um altar de sacrifício - assim como há um bispo, um clérigo, e meus caros servidores, os diáconos. Isto irá assegurar que todo o seu proceder está de acordo com a vontade de Deus."

O dia em que os cristãos se reuniam

Inácio também declara que os cristãos herdeiros da Nova Aliança não guardam mais o sábado, mas se reúnem no dia do Senhor (o domingo):

"Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte. Alguns negam isso, mas é por meio desse mistério que recebemos a fé e no qual perseveramos para ser discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre".

OS PAIS APOSTÓLICOS

O nome “pais apostólicos” tem sua origem na Igreja do Ocidente do século II. São chamados de “pais apostólicos” os homens que tiveram contato direto com os apóstolos ou, então, foram citados por alguns deles. Destacam-se entre os indivíduos que regularmente recebem esse título, Clemente de Roma, Inácio e Policarpo, principalmente este último, pois existem evidências precisas de que ele teve contato direto com os apóstolos.


NOME: Clemente de Roma (30-100)

MINISTÉRIO: Roma

ESCRITOS: IClemente

FATOS MARCANTES:

Considerado pela ICAR o quarto papa.

Possível menção a ele em Filipenses 4.3.

Martirizado sob o governo de Domiciano.

Sua carta ressalta a sucessão apostólica.

A partir do século III e IV,segundo a tradição,identificou-o como o Clemente que Paulo menciona em Filipenses 4:03 como um companheiro de trabalho em Cristo.O Liber Pontificalis , que documenta o reinado dos papas, Clemente afirma que tinha conhecido de São Pedro. Ele também afirma que ele escreveu duas cartas (embora a segunda carta, 2 Clemente já não é atribuída a ele) e que morreu na Grécia , no terceiro ano do Imperador Trajano reinado, ou 101 dC.Clemente é conhecida por sua epístola à igreja de Corinto (c. 96), no qual ele afirma a autoridade apostólica dos bispos / presbíteros como governantes da igreja.A carta menciona episkopoi (superintendente, os bispos) ou presbyteroi ( anciãos, presbíteros), como a classe superior de ministro, servidas por diáconos, mas, uma vez que não menciona a si mesmo, não dá nenhuma indicação do título ou títulos usados por Clemente em Roma. Ele tem sido citado como o primeiro trabalho para estabelecer o primado romano , mas a maioria dos estudiosos vêem a epístola como mais fraterno do que autoritário,e ortodoxos estudioso John Meyendorff vê-lo como conectado com Roman Igreja a consciência de sua "prioridade" (em vez de "primazia") entre as igrejas locais.

Segundo apócrifos datados do século IV Clemente foi banido de Roma para o Chersonesus durante o reinado do Imperador Trajano e foi criado para trabalhar em uma pedreira. Encontrando em sua chegada que os presos estavam sofrendo de falta de água, ele se ajoelhou em oração. Olhando para cima, viu um cordeiro em um morro, foi até onde o cordeiro tinha de pé e bateu no chão com sua picareta, liberando um fluxo de jorro de água límpida. Este milagre resultou na conversão de um grande número de pagãos locais e seus companheiros prisioneiros ao cristianismo. Como castigo, São Clemente foi martirizado por estar amarrado a uma âncora e lançado de um barco no Mar Negro . Conta a lenda que a cada ano um refluxo milagrosa do mar revelou um santuário construído por Deus com seus ossos. No entanto, a fontes mais antigas sobre a vida de Clemente, Eusébio e Jerônimo , nada nota do seu martírio.

Epístola de Clemente
o texto existente é uma carta para a congregação cristã em Corinto , muitas vezes chamado a Primeira Epístola de Clemente. A história de uma forma clara e permanente mostra Clemente como o autor desta carta. É considerado o mais antigo documento cristão autêntico fora do Novo Testamento .
Clemente escreve à congregação incomodada em Corinto, onde certos "presbíteros" ou "bispos" têm sido deposto (a classe do clero acima dos diáconos é designado indiferentemente por dois mandatos).Clemente chama ao arrependimento e reposição dos que tenham sido deposto, em consonância com a manutenção da ordem e da obediência à autoridade da Igreja, desde os apóstolos, criou o ministério dos bispos e diáconos ". Ele menciona ", oferecendo os dons" (uma referência à Eucaristia ) como uma das funções da mais alta classe do clero.A carta oferece insights valiosos sobre o ministério da Igreja naquele tempo e na história da Igreja Romana.Foi altamente considerada e foi lida na igreja em Corinto, juntamente com o Escrituras c. 170.

Escritos anteriormente atribuído a Clemente
Segunda Epístola de Clemente,Cartas sobre a virgindade,Falso Decretals,Clementine Literatura.

Simbolismo
Em obras de arte, São Clemente pode ser reconhecido por ter uma âncora ao seu lado ou amarrado ao pescoço. Ele é freqüentemente retratado vestindo as vestes papais , inclusive o pálio, e às vezes com a tiara papal , mas mais frequentemente com a mitra . Ele também é mostrado às vezes com símbolos de seu cargo como Papa e Bispo de Roma , como a Cruz do Papa ea chaves do céu . Em referência ao seu martírio, ele geralmente é a palma do martírio . São Clemente pode ser visto retratado perto de uma fonte ou nascente , relativas ao incidente de sua hagiografia , ou deitado em um templo no mar. A Cruz Ancorado ou Mariner's Cross também é conhecido como Clemente's Cross St, em referência à forma como ele foi martirizado.

Os Pais da Igreja – Os Heróis da Fé.


Pais da Igreja, é um resumo daquilo que realmente viveram em suas épocas. Que possamos tomar o exemplo de fé, amor pelas almas e ousadia destes homens; e saber que na época em que vivemos hoje, ainda podemos ser “Heróis da Fé”. Possamos através da graça de Deus, pagar o preço que nos é proposto, a fim de manter a Igreja edificada, a defesa do Evangelho e a luta contra todo espírito que queira corromper as doutrinas da infalível Palavra de Deus.A partir do ano 95 d.C., os líderes ou bispos, começaram a ser chamados de “Pais da Igreja”, como uma forma carinhosa, por sua lealdade. O nome “Heróis da Fé” foi usado mais amplamente a partir do terceiro século para descrever os campeões ortodoxos da Igreja e os expoentes de sua fé. Os Pais da Igreja são classificados em quatro grupos.